Publicado em: 1 de julho de 2022
O Museu Índia Vanuíre inaugurou em seu site, no dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), a exposição “A Representatividade da Mulher Indígena no Acervo do Museu Índia Vanuíre”, composta por 15 imagens de objetos confeccionados ou utilizados por mulheres indígenas de oito povos. A mostra busca valorizar as mulheres indígenas e exibir a importância que elas têm dentro das suas respectivas culturas.
A definição do tema da exposição é uma decisão coletiva entre os setores da instituição e considera sua relevância para a sociedade.
Deve-se levar em conta que exposições de museu são conjuntos de objetos selecionados, documentados, somados a interpretações dos seus significados e relações, e apresentados de maneira informativa e atrativa para estimular a curiosidade, a percepção e a reflexão dos visitantes (PLANO MUSEOLÓGICO, 2018, p. 34).
Homenagear a mulher indígena foi a escolha do Museu. O papel da mulher entre os povos indígenas sempre foi relevante, mas, na atualidade, elas têm ganhado destaque, principalmente no campo político, o que pode ser constatado com a presença de Joênia Wapixana, deputada federal, e de Sônia Guajajara, importante liderança indígena que foi escolhida como uma das 100 pessoas mais influentes pela revista “Time” e concorre como pré-candidata à deputada federal nas eleições de 2022. A mulher indígena luta pelo seu povo e o Museu considera importante homenageá-las com uma exposição virtual com acervos que as representem.
Considerando a temática, foi necessário o levantamento – por parte da equipe do Programa de Acervo – de diversos objetos confeccionados e utilizados por mulheres indígenas que compusessem o acervo do Museu. É relevante constatar que no acervo etnográfico desta instituição são poucos os objetos de adorno utilizados por mulheres indígenas. A maioria é utilizada por homens em rituais variados ou como representação de algum papel dentro do círculo social de um povo indígena.
Inicialmente, foram selecionados todos os objetos que atingissem a temática. Em seguida foi realizado um trabalho de filtragem para escolha de peças que contivessem o descritivo mais completo para que o Museu pudesse oferecer uma informação de qualidade ao seu público. Também houve uma atenção para a diversificação dos povos representados, para dar maior alcance ao tema pretendido.
Após a definição das 15 peças, foram selecionadas as imagens que poderiam compor a exposição. Essa escolha leva em conta a qualidade do registro e as informações que poderiam ser observadas a partir da foto. O registro fotográfico dos objetos é de suma importância para controle, segurança e salvaguarda dos mesmos.
Outro procedimento fundamental para questões de preservação e de segurança do patrimônio dos museus é o registro fotográfico dos objetos e a manutenção de um banco de imagens interligado ao sistema de gerenciamento das coleções. […] Além dessas questões mais dramáticas, uma imagem de qualidade facilita a pesquisa e o acesso público às coleções, tornando-as mais conhecidas (ACAM PORTINARI, 2010, p. 60).
Com todo o conteúdo em mãos, a equipe do Museu Índia Vanuíre consegue trazer para os olhos do público o resultado de um trabalho de debates de temas entre as equipes, pesquisa e documentação dos objetos, e visão do Museu para o recorte proposto para a mostra. A exposição virtual “A Representatividade da Mulher Indígena no Acervo do Museu Índia Vanuíre” é produto de um trabalho que visa destacar a autonomia e protagonismo da mulher indígena.
REFERÊNCIAS
MUSEU HISTÓRICO E PEDAGÓGICO ÍNDIA VANUÍRE. Plano Museológico. Brodowski: ACAM Portinari, 2018.
SÃO PAULO (Estado); SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA; ACAM PORTINARI. Documentação e Conservação de acervos museológicos: diretrizes. Brodowski, SP:ACAM Portinari, Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, 2010.