Publicado em: 1 de novembro de 2023
A partir de escuta e diálogo com os indígenas do Oeste Paulista, o Museu H. P. Índia Vanuíre desenvolveu a exposição “Grafismos e Artes Indígenas do Oeste Paulista”. A exposição, que vai além da questão estética, apresenta um compromisso com o respeito à diversidade cultural, à valorização e à preservação da tradição ancestral indígena.
O Museu tem como missão institucional:
[…] preservar, valorizar e comunicar patrimônio histórico e patrimônio etnográfico indígena, em especial o legado de povos do Oeste Paulista, e promover a reflexão crítica sobre valores humanos e cidadania, levando em conta diferentes culturas e interações entre diversos grupos da sociedade (PLANO MUSEOLÓGICO, 2018, p. 10).
Os indígenas envolvidos no processo expositivo compartilharam significados culturais por meio dos grafismos e das artes. As paredes externas do Museu, enriquecidas de símbolos ancestrais e narrativas, transmitem saberes culturais dos povos do Oeste Paulista, de maneira a destacar a importância da transmissão de conhecimento de geração em geração.
As artes e grafismos representados, foram conduzidos pelas mãos dos artistas dos povos Kaingang, Krenak, Terena e Guarani, da Terra Indígena Vanuíre (Arco-Íris, SP), Terra Indígena Icatu (Braúna, SP) e Terra Indígena Araribá (Avaí, SP).
Com o acompanhamento do Centro de Referência no desenvolvimento da exposição foram organizadas informações relevantes, juntamente com o setor de Programação Cultural. A pesquisa é considerada importante, pois “todas as pesquisas devem contribuir para a realização da missão institucional e obedecer às normas éticas, legais e acadêmicas vigentes” (PLANO MUSEOLÓGICO, 2018, p. 32).
A relação do Museu Índia Vanuíre com os povos indígenas é sempre pautada na escuta e no diálogo. Desenvolver essa exposição em parceria com os grupos indígenas do Oeste Paulista é de suma importância para o fortalecimento, valorização e respeito à diversidade cultural. Tiago Nhandewa destaca a relação com os povos indígenas e os museus: “essa nova perspectiva museológica de diálogos, interlocuções e participações mútuas é vista como uma ação muito importante” (DE OLIVEIRA, 2021, p. 3). Neste sentido, o diálogo intercultural é base dessa exposição.
REFERÊNCIAS:
DE OLIVEIRA, Tiago de. A ótica Guarani Nhandewa sobre o papel e significado dos Museus Etnográficos no século XXI. Museologia & Interdisciplinaridade, v. 10, n. 19, p. 34-43, 2021.
MUSEU HISTÓRICO E PEDAGÓGICO ÍNDIA VANUÍRE. Plano Museológico. Brodowski: ACAM Portinari, 2018.