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Projeto de Pesquisa

Coleção etnográfica do Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre: análise de características de grupos de objetos

Resumo

No acervo do Museu Índia Vanuíre, há cerca de 1800 objetos etnográficos, definidos como aqueles que são produções de grupos indígenas, com necessidade de análise de possíveis agrupamentos para compreensão e descrição mais acurada desta coleção.

O Museu Índia Vanuíre acompanha e participa das reflexões atuais sobre coleções etnográficas, reconhece que culturas não estão cristalizadas em objetos e que estes não se restringem a grupos analíticos. No entanto, sempre levando em conta a complexidade interpretativa, a avaliação de critérios de agrupamento, a análise de características de grupos de objetos e estudo de sistema de classificação por tipos, são auxílios importantes para a documentação museológica.

O objetivo geral da pesquisa é ampliar a informação da denominação e da descrição dos objetos visando colaborar com a compreensão, recuperação de informações e disponibilização da coleção etnográfica do MIV, além de possibilitar incremento de curadoria participativa.

Equipe
Isaltina Santos da Costa Oliveira
Viviani Micheli Gonela Bononi Justino

Relatório da Pesquisa

A pesquisa foi realizada com base nas informações da coleção etnográfica inseridas no banco de dados institucional do Museu Índia Vanuíre. O conhecimento analítico da coleção etnográfica do museu é necessário para possibilitar incremento de curadoria por meio de relacionamentos com pesquisadores indígenas e não indígenas. Considera-se de suma importância a documentação museológica adequada para auxiliar na conservação, gestão de informação e uso de coleções.

O método adotado foi o descritivo, com abordagem qualitativa, permitindo uma análise detalhada dos objetos da coleção. O procedimento incluiu levantamento documental e bibliográfico, reconhecimento, análise e descrição de agrupamentos de objetos, bem como caracterização da coleção em estudo. Para sistematizar os dados, elaborou-se uma planilha que foi ajustada ao longo do processo. A pesquisa também envolveu a participação indígena, nesta etapa com o Sr. José (Zeca), Kaingang da TI Vanuíre, para aprimorar a contextualização de alguns objetos de cerâmica, contribuindo para revisão, complementação e enriquecimento das informações.

A pesquisa possibilitou a revisão da denominação de 1789 objetos, assim como a classificação em categorias, utilizando-se termos genéricos e agrupamentos indicados no Tesauro de Cultura Material dos Índios no Brasil (Dilza Fonseca da Motta) e ajustados por vocabulário auxiliar. Os objetos estão distribuídos em 157 denominações e foram classificados nas categorias Adorno Corporal, Equipamento Doméstico, Equipamento para Caça/Pesca e Ataque/Defesa, Equipamento Musical, Equipamento Lúdico Infantil, Amostra, Fragmento e Miniatura, Equipamento Mágico-Ritual, Equipamento para Uso Pessoal e Equipamento para Trabalho, as quais facilitam a organização e interpretação da coleção. Os dados de origem dos objetos também foram verificados: 921 objetos têm origem relacionada a um dos 51 povos indígenas representados na coleção, estando em maior número para Kaingang (230 objetos) e Karajá (207 objetos), 88 itens têm atribuição incerta a um possível povo indígena e 789 objetos estão sem a identificação do grupo étnico de origem. Ressalta-se que a pesquisa terá continuidade, uma vez que o processo de documentação para ampliação dos dados desta coleção está em andamento.


Objetos de cerâmica de Bisalhães no Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre: estudo da aquisição e características

Resumo

O Museu Índia Vanuíre guarda 31 itens conhecidos como Cerâmica de Bisalhães. Estes objetos, de uso doméstico, têm origem em Portugal, país que inscreveu o processo de confecção da louça preta da aldeia de Bisalhães no seu Inventário Nacional de Patrimônio Cultural Intangivel.

O conjunto é indicativo de relacionamentos do museu com sua comunidade, formada por povos indígenas e por grupos e seus descendentes da Letônia, Portugal, Espanha, Itália, Síria, Japão e outros países. Há interesse de se analisar os registros de aquisição destes objetos, do início da década de 1970, para compreensão de momentos históricos da instituição, assim como necessidade de investigação das características dos objetos para revisão das denominações, padronização das descrições, registro do processo de produção e de dados de uso.

O objetivo geral da pesquisa é incrementar a documentação e a disponibilização de informações sobre objetos do museu.

Equipe
Raquel Maria Fonseca M. S. de Luna
Viviani Micheli Gonela Bononi Justino

Relatório da Pesquisa

Houve proposta de correção da denominação e descrição de todos os objetos antes denominados cerâmica de Bisalhães, utilizando-se termos genéricos (bilha, caneca, bule, jarra, púcaro, travessa, açucareiro, chocolateira, galheteiro, castiçal e candelabro) ou com alguma especificação (alguidar torto, panela/vasilha/bule com tampa, bilha de melão, de cantil, de rosca, de pipo, vasilha/caneca em miniatura). Um dos objetos, bilha, foi registrado na documentação do museu como sendo cerâmica de Bisalhães, mas, não tem a cor preta característica dos objetos de cerâmica produzidos em tal região de Portugal. Além disso, há 6 objetos em miniatura, que representam, possivelmente, loucinha utilizada como brinquedo.

Ainda haverá, no projeto, a preparação de um documento que reúna informações da doação desses objetos ao museu, do processo de produção da cerâmica de Bisalhães em Portugal e da valoração desse processo como patrimônio imaterial.


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