de 07 a 09 de setembro de 2017
Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre
I – Direitos indígenas
Debates em vias de realização, conquistas e perdas, principais pontos de discussão, as visões internacionais em confronto com as nacionais. As políticas públicas, o papel das organizações – a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, o Conselho de Direitos Humanos da ONU – e as visões dos indígenas sobre seus direitos e suas reivindicações.
Apesar dos avanços internacionais quanto à presença de remanescentes humanos em museus e da formulação de orientações relacionadas à ética, ainda se faz necessária essa discussão no Brasil e entre profissionais de museus, para que os indígenas sejam ouvidos e para que os pajés se coloquem quanto à questão humana e espiritual. A discussão refere-se aos procedimentos pautados por uma ética e ao questionamento, pelo movimento indígena no Brasil, dessas e de outras formas de apropriação dos corpos de seus ancestrais pelos museus. A discussão migra para o plano da espiritualidade que envolve o ser humano, transcendendo questões políticas e culturais.
II – O sagrado no museu
A ressacralização dos museus é um processo que não pode mais ser escamoteado, pois o museu é o lugar de várias formas de entendimento do mundo e de outras realidades. O sagrado faz parte da instituição, sobretudo quando ela é consagrada por pajés e outras lideranças espirituais. A indigenização do museu passa, também, pela sacralização. O ser humano tem muitas necessidades, a espiritualidade é uma delas, por isso é inadiável pensar a saúde espiritual e o papel do museu. Propomos discutir: a) visões sobre a consagração dos museus; e b) parcerias necessárias para a saúde espiritual.
III – Exposição – curadoria compartilhada e a autonarrativa
Discute-se o processo de indigenização do museu, analisando o resultado de pesquisas e a curadoria de coleções etnográficas museológicas realizadas no passado, a requalificação de coleções como forma de participação, a curadoria compartilhada e a autonarrativa no espaço do museu, como também a prática colaborativa em torno de projetos de exposição. Questiona-se a participação indígena no entendimento do que seja museu, bem como a descolonização da instituição promovida pela práxis cotidiana.
IV – Gestão de coleções
Gestão de acervo é tema em aberto, sujeito a ampliação e aprofundamento. Além dos processos de (re)inventariar, para avaliação e atualização dos antigos processos e sistemas documentais, temos novas questões a serem tratadas: a) formação contemporânea de acervos; b) (re)qualificação de coleções; c) repatriamento(s) – formas, estratégias e exemplos. O debate busca vislumbrar novas práticas relacionadas à gestão de acervo nos planos políticos e procedimentais, o que colocamos em discussão.
V – Museus e indígenas, museus indígenas
Os pesquisadores da Museologia vêm se debruçando sobre as relações entre indígenas e museus, mas também discutem a forma como o museu vem, historicamente, representando os indígenas em seus espaços. O enfrentamento da descolonização deverá voltar-se para a proposição de políticas públicas, e a posição dos movimentos indígenas em torno da ideia de museu também contribui nessa direção. O museu indígena existe, é uma realidade recente, como demonstração de que a apropriação de mecanismos como o museu pode levar ao fortalecimento cultural e à construção de um poder político diferenciado.
Credenciamento
Mesa de abertura
Regina Célia Pousa Ponte (UPPM/SEC-SP), Davidson Panis Kaseker (SISEM-SP), Angelica Fabbri (ACAM Portinari) e Paulo DeBlasis (MAE-USP).
I – Direitos indígenas
Regina Célia Pousa Ponte (UPPM/SEC-SP – Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico), Davidson Panis Kaseker (SISEM-SP – Grupo Técnico do Sistema Estadual de Museus), Cacique Jazone de Camilo (Aldeia Ekeruá, T.I. Araribá), Cacique Claudino Marcolino (Aldeia Nimuendaju, T.I. Araribá), Cacique Ronaldo Iaiati (T.I. Icatu), Cacique Gerson Damaceno (T.I. Vanuíre). Coordenação: Angelica Fabbri.
I – Direitos indígenas
Uma arqueologia por entre vivos e mortos: inquietações, reflexões e conexões
Verônica Wesolowski (MAE-USP). Debatedoras: Dirce Jorge Lipu Pereira, Susilene Elias de Melo. Coordenação: Marília Xavier Cury.
II – O sagrado no museu
Pajé Barbosa e Francilene Pitaguary (Pitaguary, Ceará), Dirce Jorge Lipu Pereira e Susilene Elias de Melo (Kaingang, São Paulo), José da Silva Barbosa de Campos (Kaingang, São Paulo), Gleyser Alves Marcolino, Cledinilson Alves Marcolino e Gleidson Alves Marcolino (Guarani Nhandewa, São Paulo). Coordenação: Marília Xavier Cury.
III – Exposição – curadoria compartilhada e a autonarrativa
Construção do lugar de fala do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP com as populações indígenas do oeste do Estado de São Paulo
Carla Gibertoni Carneiro, Mauricio André da Silva, Viviane Wermelinger Guimarães (MAE-USP).
A experiência do Museu Índia Vanuíre (MIV) no processo da exposição autonarrativa com curadoria Kaingang
Andressa Anjos de Oliveira, Gessiara Goes de Lima e Isaltina Santos da Costa Oliveira (Museu Índia Vanuíre).
A visão dos indígenas
Admilson José Felix, Analu Lipu Felix, Deolinda Pedro, Carlos Roberto Indubrasil, Clélia Vania Marcolino da Silva, Edilene Pedro, Fabiana Damaceno, Gabriel Damaceno, Gedean Luiz, Gerolino José Cesar, Josias Marcolino, Josué Marcolino, Licia Victor, Marisa Jorge, Neusa Umbelino, Poliana Vilialba Cezar, Rafhael Iaiati, Ranulfo de Camilo Rosemeire Iaiati Indubrasil, Wany Oliveira Marcolino, Wellington Marcolino. Coordenação: Sandra Maria Christiani de La Torre Lacerda Campos.
IV – Gestão de coleções
Notas reflexivas sobre um levantamento parcial das coleções etnográficas do Museu Nacional/UFRJ
Edmundo Pereira (Museu Nacional-UFRJ)
Gestión de colecciones en museos participativos: diálogos y tensiones en contextos de interculturalidad
María Marta Reca (Museo de La Plata)
Documentação e conservação do acervo etnográfico durante desenvolvimento da pesquisa
Andressa Anjos de Oliveira, Maria Odete Correa Vieira Roza (Museu Índia Vanuíre)
A visão dos indígenas
Admilson José Felix, Adriana Victor Rodrigues Campos, Aline Damaceno, Ana Paula Victor Campos, Analu Lipu Felix, Camila Vaiti Pereira da Silva, Candido Mariano Elias, Claudinei de Lima, Deolinda Pedro, Gedean Luiz, Gerolino José Cesar, Ivanildo Simão dos Santos, José da Silva Barbosa de Campos, Lidiane Damaceno Cotuí, Lucas Onorio Marcolino, Marcio Lipu Pereira Jorge, Marcio Pedro, Moisés de Lima Camargo, Roberta Iaiati Indubrasil, Rodrigues Pedro, Stefanie N. Lipu Cezar. Coordenação: Sandra Maria Christiani de La Torre Lacerda Campos.
Museus comunitários e o Cadastro Estadual de Museus
Davidson Panis Kaseker (SEC-SP, SISEM-SP). Coordenação: Angelica Fabbri.
V – Museus e indígenas, museus indígenas
As relações indígenas a partir dos objetos: desafios e paradigmas na construção museal “junto”
Josué Carvalho (PPGMus-USP)
Museus Indígenas: algumas reflexões
Suzy da Silva Santos (PPGMus-USP)
Povos indígenas e memória: notas sobre a comunicação indígena digital
Eliete Pereira (PPGMus-USP)
A temática indígena em museus: análises regionais e desafios atuais
Leilane Lima (PPGMus-USP)
T.I. Icatu – museu em formação
Cacique Ronaldo Iaiati, Candido Mariano Elias, Carlos Roberto Indubrasil, Marcio Pedro, Edilene Pedro, Licia Victor e Ranulfo de Camilo
Museu Guarani Nhandewa, em formação (Aldeia Nimuendaju, T.I. Araribá)
Cacique Claudino Marcolino, Creiles Marcolino, Tiago Oliveira, Cledinilson Alves Marcolino e Gleidson Alves Marcolino
Museu Terena, em formação (Aldeia Ekeruá, T.I. Araribá)
Cacique Jazone de Camilo, Admilson José Felix, Analu Lipu Felix, Gerolino José Cesar e Gedean Luiz
Museu Wowkriwig (Sol Nascente, Kaingang, T.I. Vanuíre)
Dirce Jorge Lipu Pereira, Susilene Elias de Melo, José da Silva Barbosa de Campos, Itauany Larissa de Melo Marcolino e Ana Carolina Jorge
Museu Akam Orãm Krenak (Novo Olhar Krenak, T.I. Vanuíre)
Lidiane Damaceno, João Batista de Oliveira, Helena Cecilio Damaceno, Aline Damaceno, Fabiana Damaceno e Gabriel Damaceno
Coordenação: Regina Célia Pousa Ponte