Publicado em: 12 de julho de 2023
Além desse importante acontecimento para o Museu e a cidade de Tupã (SP), a programação gratuita ainda traz Oficinas de Modelagem em Barro e de Adornos Indígenas, contação de “Lendas e Contos Indígenas” e atividades de intercâmbio cultural com o Museu das Culturas Indígenas, de São Paulo
A programação do Museu Índia Vanuíre, em Tupã (SP), instituição do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari, terá acontecimentos especiais nos próximos dias, além de atividades culturais de férias para todos os públicos.
Nesta sexta-feira (14), das 9h às 12h, o Museu inaugura a exposição permanente da escultura “Índia Vanuíre”, criada e doada ao equipamento pelo artista plástico e escultor brasileiro, Victor Harabura. A obra, feita em concreto, possui o tamanho real de Vanuíre (1,60 de altura) e pesa 110 kg. O projeto contou com financiamento da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, por meio do Programa de Ação Cultural de São Paulo (Proac), e com apoios da Secretaria de Cultura, de Bauru (SP), e do Museu Ferroviário Regional, de Bauru. Teve, ainda, as consultorias da doutora em antropologia (pela Unicamp) e especialista em cultura Kaingang, Juracilda Veiga, e do professor, historiador, doutor em História Social (pela Unesp) e especialista na história da ocupação da região centro-oeste paulista, Edson Fernandes.
O povo Kaingang é nativo da região entre os rios Tietê e Paranapanema, no centro-oeste paulista, estendendo-se até o rio Paraná. Em 1905, com o avanço das estradas de ferro, matas e povos indígenas foram dizimados. Índia Vanuíre teve papel fundamental no processo de “pacificação” dos conflitos que duraram anos e resultaram na extinção dessas comunidades. Pouco depois, os Kaingang se dividiram em duas terras indígenas: Vanuíre, no município de Arco-Íris, e Icatu, no município de Braúna. Foi em Icatu que Vanuíre faleceu, em 1918.
Com formações em Artes Visuais e em História (ambas pela Unesp), especialização em escultura na Itália e vencedor de prêmios internacionais, Victor Harabura conta que iniciou a pesquisa sobre a sociedade Kaingang, em 2018. “Foi muito importante conhecer a personagem Índia Vanuíre e sua força e coragem para, de alguma forma, ‘terminar’ com aquele conflito. A escultura é mais uma homenagem a essa mulher que, mesmo escravizada, teve forças para lutar e acreditar em uma convivência melhor entre todos”, diz.
Ainda na sexta-feira (14), das 9h às 12h, como parte da entrega oficial da escultura, Victor Harabura ministra a “Oficina de Modelagem Básica do Rosto Humano”, ensinando técnicas em barro. O público vai poder soltar a imaginação e criar suas próprias esculturas. No mesmo dia, só que das 9h às 11h30, a Museu Índia Vanuíre também realiza a “Oficina de Adornos Indígenas”, com a Kaingang Susilene Elias de Melo, da Terra Indígena Vanuíre, para que as crianças aprendam sobre a importância e o significado desses objetos na cultura indígena, os materiais utilizados e a criarem seus próprios adornos.
Já na próxima terça-feira (18), das 9h30 às 11h30, acontece, dentro do projeto “Férias no Museu”, a atividade “Contos e Lendas Indígenas”, com o indígena Mateus Campos Damaceno, da Terra Indígena Vanuíre, que vai explorar as histórias tradicionais dos povos indígenas e os valores transmitidos por elas. As crianças serão estimuladas a criar suas próprias narrativas a partir do conteúdo exposto na contação.
Já na quarta-feira (19) e na quinta-feira (20), das 9h às 11h30, será realizada a ação “Intercâmbio de Oficinas Indígenas: Fortalecendo a Preservação Cultural entre o Museu Índia Vanuíre e o Museu das Culturas Indígenas de São Paulo”. Trata-se de uma parceria inovadora entre as duas instituições da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, geridas pela ACAM Portinari, no sentido de fortalecer a preservação das culturas indígenas, promover diálogo intercultural e enriquecer a experiência dos visitantes de ambos os equipamentos.
Membros das comunidades indígenas Kaingang e Krenak, terão oportunidade de viajar à São Paulo e compartilhar suas tradições, histórias, artesanatos e técnicas ancestrais com o público da capital. Ao mesmo tempo e no caminho inverso, indígenas da comunidade Jaraguá, da cidade de São Paulo, irão à Tupã (SP) compartilhar seus saberes e fazeres com o público do Museu Índia Vanuíre. “É um convite para que o público, em geral, se envolva ativamente na valorização e no reconhecimento das culturas indígenas, proporcionando um panorama mais amplo das ricas tradições indígenas presentes em diferentes regiões do Brasil”, destaca Tamimi Borsatto, gerente do Museu Índia Vanuíre.
Vale lembrar que a exposição temporária “Entre Contas e Penas: a Beleza e a Diversidade dos Colares e Brincos Indígenas”, continua em cartaz até 30 de julho de 2023, sempre de terça-feira a domingo, das 9h às 18h. A mostra traz uma coleção de colares e brincos indígenas cumprindo o propósito de difundir, valorizar e promover reflexões sobre a diversidade e a riqueza das culturas indígenas.
Visitação
O Museu Índia Vanuíre está localizado à rua Coroados, nº 521, em Tupã (SP), e está aberto à visitação presencial, de terça-feira a domingo, das 9h às 18h. Nas quintas-feiras, o horário é estendido até às 20h. Visite https://museuindiavanuire.org.br/ ou siga nas redes sociais (Instagram: @museuindiavanuire | Facebook: / museuindiavanuire).
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