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V EPQIM | 2016

Museus Etnográficos e Museus Indígenas: Diálogo e Diferenciação

Período

de 28 a 30 de abril de 2016

Local

Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre

O V Encontro Paulista Questões Indígenas e Museus, realizado com o VI Seminário Museus, Identidades e Patrimônios Culturais, propõem o enfrentamento da relação entre os museus e os indígenas, destacando a centralidade das instituições museais no processo de incorporação de novas práticas para a consideração das contribuições das culturas indígenas na formação da cultura brasileira, como também para tratar as culturas indígenas como produções de saberes a serem respeitados nas suas especificidades, complexidades e peculiaridades.

A realização de dois eventos simultâneos e entrelaçados justifica-se pela união de esforços em prol dos museus e da promoção das culturas indígenas. Esta situação envolve um museu estadual (Museu Índia Vanuíre da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo), uma organização social gestora (ACAM Portinari) e um museu universitário (Museu de Arqueologia e Etnologia da USP – MAE-USP). Essa parceria permite discussões por meio dos eventos em pauta. As edições anteriores debateram os seguintes temas:

  • 2012 – O papel social e educacional dos museus etnográficos, comunicação e ressignificação de coleções etnográficas;
  • 2013 – Questões indígenas e museus: enfoque regional para um debate museológico;
  • 2014 – Museus e indígenas – Saberes e ética, novos paradigmas em debate;
  • 2015 – Direitos indígenas no museu – Novos procedimentos para uma nova política: a gestão de acervos em discussão.

Os eventos debatem a construção de procedimentos a partir das relações e do trabalho conjunto entre os grupos indígenas presentes na região Centro Oeste do Estado de São Paulo – Kaingang, Krenak, Terena e Guarani, das T.I. Icatu (Braúna), Vanuíre (Arco-Íris) e T.I. Araribá (Avaí) –, o Museu Índia Vanuíre e o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. O marco é o ano de 2010 e a participação dos Kaingang e Krenak da T.I. Vanuíre no processo expográfico cooperativo (ou colaborativo) para o módulo Aldeia Indígena Vanuíre da exposição de longa duração Tupã Plural, inaugurada no mesmo ano no Museu Índia Vanuíre. O referido módulo expositivo possibilitou uma abordagem contemporânea da vida desses grupos, visão e possibilidade antes não contemplada pelo Museu. Desde então, diversas ações são realizadas, cada uma com suas problematizações, desafios e conquistas.

O panorama atual dessa relação – na qual o Museu Índia Vanuíre e o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP se colocam como provocadores e articuladores – leva a avanços e a caminhos não previstos, pois não são controláveis. Nesse sentido, no decorrer de anos de trabalho, os próprios indígenas procuram suas estratégias de fortalecimento cultural e entendem que o museu é um forte aliado. Primeiramente se deu a descoberta do museu etnográfico como local de exposição para ampliação do diálogo com o não indígena para demonstrar “como o índio vive”. Na sequência e em consequência, os indígenas perceberam que poderiam também ter seus próprios museus. Algumas inciativas estão se dando na região para a constituição de museus indígenas o que nos leva a aprofundar as relações e diferenciações entre dois modelos museais: museu etnográfico e museu indígena. Esta é a proposta do V Encontro Paulista Questões Indígenas e Museus e VI Seminário Museus, Identidades e Patrimônios Culturais, esclarecendo que o cenário e a parceria que se apresentam são propícios para os objetivos propostos.

Os eventos propostos consideram que a participação indígena nos museus (etnográficos e indígenas) gera discussões e mudanças, constitui a formação de novas práticas museais e promove a experimentação para a formulação de novos modelos museais. Algumas questões provocam: qual o papel dos museus etnográficos na atualidade? Qual o compromisso com os indígenas? Qual participação os museus etnográficos reservam aos indígenas hoje? Qual a relação entre os museus etnográficos e os museus indígenas? Como os museus indígenas se sustentam nos museus etnográficos? O que é um museu indígena e qual o seu papel para as culturas envolvidas? Por que os não indígenas precisam dos museus indígenas? Como se dá a organização dos museus indígenas?

As questões são muitas, mas o V Encontro Paulista Questões Indígenas e Museus e o VI Seminário Museus, Identidades e Patrimônios Culturais iniciaram os debates sobre as formas de troca e intervenções entre os dois modelos museais, assim como entender as suas particularidades e contribuições para a promoção das culturas indígenas no Brasil. Os objetivos foram:

  • Reunir profissionais de museus etnográficos e indígenas para refletir sobre o papel dos museus na contemporaneidade;
  • Avaliar as contribuições dos museus etnográficos para as culturas indígenas;
  • Debater curadoria em museus para vislumbrar as suas formas de aplicação em diferentes contextos;
  • Contribuir com a formação e fortalecimento de museus indígenas.

Os objetivos expostos tiveram o propósito de propor o debate entre profissionais de museus, antropólogos, atores de museus indígenas, indígenas no Centro Oeste de São Paulo e outros interessados.

Programação

28 de Abril

Credenciamento

Abertura – canto indígena

Boas-vindas e abertura dos trabalhos

Participantes: Angelica Fabbri (ACAM Portinari), Renata Vieira da Motta (UPPM-SEC), Maria Cristina Oliveira Bruno (MAE-USP).

Introdução à temática

Marília Xavier Cury (MAE-USP). Coordenação: Renata Vieira da Motta.

Esse Museu é de Quem? – Discutindo os usos e funções do museu etnográfico

Palestrante: Aramis Luis Silva (Unifesp, Cebrap).

Debate com Lideranças Indígenas

Participantes: Gerson Damaceno (Cacique da T.I. Vanuíre), Cândido Mariano Elias (Terena, T.I. Icatu), Claudinei Constantino (Vereador em Arco-Íris, T.I. Vanuíre), Paulinho Sebastião (Vereador em Avaí, T.I. Araribá), Dirce Jorge Lipu Pereira (Kaingang, T.I. Vanuíre), Pajé Barbosa (T.I. Pitaguary). Síntese e debate: Josué Carvalho e Suzenalson da Silva Santos.

Visita à exposição O Olhar de Hercule Florence Sobre os Índios Brasileiros

29 de Abril

Sessão Temática – Conceitos-chave

Mapas Conceituais e a Nova Museologia: distinguindo termos e modelos museais

Palestrante: Suzy da Silva Santos.

Território e Museu, Museu de Território e Patrimônio

Palestrante: Davidson Panis Kaseker (SISEM-SP).

Indígenas e Museus – colonização e descolonização

Palestrante: Fabíola Andréa Silva. Síntese e debate: José Ronaldo Siqueira (Ronaldo Kapinawá) e Cristiane Carla Pantoja Santos (Papiõn).

Sessão Temática – Exposições e coleções indígenas e arqueológicas nos museus paulistas

Os indígenas em exposições museais no centro-oeste paulista e norte paranaense

Palestrantes: Leilane Patrícia de Lima (MAE-USP).

Remanescentes Ósseos Kaingang em Museus

Palestrante: Robson Antônio Rodrigues (Fundação Araporã).

Debate – Museus Indígenas

Participantes: Heraldo Alves “Preá” (Museu Indígena Jenipapo-Kanindé), José Ronaldo Siqueira “Ronaldo Kapinawá” (Museu Indígena Kapinawá), Maria do Socorro França de Siqueira “Socorro Jucá” (Museu Indígena Kapinawá), Rosa da Silva Souza “Rosa Pitaguary” (Museu Indígena Pitaguary), Cristiane Carla Pantoja Santos “Papiõn” (O Sagrado Brasileiro), Suzenalson da Silva Santos “Nalson Kanindé” (Museu Indígena Kanindé), Antônia da Silva Santos “Antonia Kanindé” (Museu Indígena Kanindé). Síntese e debate: Sandra Maria Christiani de La Torre Lacerda Campos e Lucilene de Melo.

Feira de Artesanato Indígena

30 de Abril

Debate – Museus Etnográficos e Museus Indígenas – Aproximações e Distanciamentos

Museus Etnológicos em transformação: demandas contemporâneas das sociedades indígenas

Palestrante: Carla Gibertoni Carneiro (MAE-USP).

Museu Etnográfico e participação indígena: diálogos possíveis

Palestrante: Sandra Maria Christiani de La Torre Lacerda Campos (MAE-USP).

Museus Etnográficos e Museus Indígenas – Aproximações e Distanciamentos

Palestrante: Alexandre Gomes (UFPE). Síntese e debate: Maria do Socorro França de Siqueira “Socorro Jucá” (Museu Indígena Kapinawá) e João Paulo Vieira Neto (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias).

Os Mais Novos e os Mais Velhos

Participantes: Adriana Victor Campos Rodrigues, Ana Paula Victor Campos), Camila Vaiti P. da Silva, Cândido Mariano Elias, Raphael Pedro Iaiati, Ranulfo de Camilo e Ronaldo Iaiati (T.I. Icatu); Dirce Jorge Lipu Pereira e José da Silva Campos (T.I. Vanuíre).

Debate – Museus Indígenas no Oeste de São Paulo

Participantes: David Henrique da Silva Pereira (Escola Estadual Indígena Aldeia Ekeruá, T.I. Araribá), Adriano Cesar Rodrigues Campos (Escola Estadual Indígena Índia Maria Rosa, T.I. Icatu), Lidiane Damaceno Cotuí (Escola Estadual Indígena Índia Vanuíre, T.I. Vanuíre), Lucilene de Melo (Kaingang, T.I. Vanuíre) Síntese e debate: Marilia Xavier Cury e Suzenalson da Silva Santos “Nalson Kanindé”.

Debate Final

Adriana Victor Campos Rodrigues, Ana Paula Victor Campos, Camila Vaiti P. da Silva, Cândido Mariano, Elias Ranulfo de Camilo e Ronaldo Iaiati (T.I. Icatu);

Adriano Cesar Rodrigues Campos, Carlos Roberto Indubrasil, Edilene Pedro, Lícia Victor, Marcio Pedro (Escola Estadual Indígena Índia Maria Rosa, T.I. Icatu); Constantino Jorge da Silva, Dirce Jorge Lipu Pereira, Lucilene de Melo (T.I. Vanuíre); David Henrique da Silva Pereira, Edileine da Silva Pereira e Valéria Erika da Silva Pereira (Escola Estadual Indígena Aldeia Ekeruá, T.I. Araribá); Lidiane Damaceno Cotuí, Vagner Cecílio Damaceno, Valdenice Cardoso Vaiti (Escola Estadual Indígena Índia Vanuíre, T.I. Vanuíre).

Fotos do evento

régua de logos, com a logo da acam portinari, museu índia vanuíre, cultsp e governo do estado de são paulo

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