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I EPQIM | 2012

Questões indígenas e museus – debates e possibilidades

Período

de 1 a 3 de maio de 2012

Local

Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre

O I Encontro Paulista Questões Indígenas e Museus e o III Seminário Museus, Identidades e Patrimônio Cultural teve como objetivos gerais ampliar a discussão sobre a revisão pela qual os museus etnográficos passam e trazer à luz os elementos que possam colaborar para a construção de novos e renovados sentidos para as coleções etnográficas, alinhados com os movimentos indígenas, sobretudo aqueles de natureza museal. Primeiro debate que se deu no Estado de São Paulo, um primeiro passo, considerando um cenário museológico mais amplo. Os objetivos específicos foram:

  • aproximar os museus etnográficos do movimento de legitimação e empoderamento de processos de musealização por povos indígenas
  • refletir sobre processos patrimoniais como ações de democratização da cultura e dos museus
  • pensar sobre o papel das coleções etnográficas e as formas como são sendo gestadas
  • discutir sobre as formas como os museus etnográficos estabelecem a comunicação com o público (indígena ou não), construindo possibilidades de apropriação e ressignificação das mensagens museológicas

Temas focos do evento:

  • O papel social dos museus etnográficos
  • Patrimônio e processos de patrimonialização da cultura material e imaterial indígena
  • Ressignificação de coleções etnográficas
  • Comunicação museológica e o alcance educacional dos museus etnográfico

Programação

1° de Maio

Credenciamento

Abertura dos trabalhos

Conferência magistral – As questões indígenas e os museus

José Bessa Freire (PPGMS – Programa de Pós-graduação em Memória Social da UniRio)

Apresentação – Coleções etnográficas em museus de São Paulo

Apresentação de um aspecto do diagnóstico realizado no Estado de São Paulo sobre o “estado da arte” dos museus paulistas. Interessa-nos conhecer dados, para futuras articulações, sobre artefatos ou coleções etnográficas nos museus do Estado: onde estão, como estão, como as coleções estão organizadas, dados de formação etc. Visamos com essa sessão tomar ciência de quanto os museus do Estado voltam-se, ou não, para a temática indígena. Com Renata Vieira da Motta (SISEM – Sistema Estadual de Museus da SEC-SP).

Palestra – Patrimônio: ampliação do conceito e processos de patrimonialização

Por séculos, “patrimônio” remetia a algo dado, seleção e disseminação centralizada sobre aquilo que hoje entendemos como direito coletivo. Porém, a concepção material de patrimônio é hoje irrestrita, ampliando-se para o intangível que, por sua natureza, tem diversos e diferentes alcances, múltiplos e fragmentários sentidos atribuídos e apreensão plural. Foi compartilhado com os presentes novas concepções de patrimônio, além de uma reflexão sobre como o status patrimonial vem sendo construído por diversos agentes e como se geram novas narrativas. Foi também problematizado as questões relacionadas ao patrimônio, demonstrando a sua complexidade. Com Regina Abreu (PPGMS – Programa de Pós-Graduação em Memória Social da UniRio). Debatedores: Maria Cristina Oliveira Bruno (MAE/USP), Representantes Kaingang e Krenak da T.I. Vanuíre, Representantes Kaingang e Terena da T.I. Icatu.

2 de Maio

Mesa-Redonda – Museus e suas problemáticas

Três museus universitários discorreram – a partir de inserções específicas – sobre seu papel social. Do ponto de vista da gestão, abordaram suas políticas, estruturas de organização e funcionamento e outras informações que corroboraram para uma discussão sobre o papel dos museus etnográficos em contextos universitários. Algumas das indagações foram: como se formaram e desenvolveram; como geraram/geram coleções etnográficas; o que os diferencia de museus etnográficos não universitários; como se aproximam ou distanciam da sociedade? Com Nei Clara de Lima (Museu Antropológico da UFGO) e Marcia Rosato (Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR).

Mesa-Redonda – Curadoria: coleções etnográficas

Curadoria é o conjunto de ações organizadas em sinergia em torno do objeto museológico. Nesta mesa-redonda foi tratada das ações curatoriais relacionadas ao estudo e salvaguarda das coleções etnográficas, considerando as linhas de pesquisa e a geração e sistematização da informação. O objetivo foi de entender qual o papel dos museus e das coleções etnográficas na construção de conhecimento etnológico e etnográfico, assim como discorrer sobre organização de coleções e formas documentais que respaldem as discussões contemporâneas sobre museus etnográficos. Com Ione Helena Pereira Couto (Museu do Índio, Funai), Fátima Nascimento (Museu Nacional, UFRJ) e Laura Perez Gil (Museu de Arqueologia e Etnologia, UFPR).

3 de Maio

Mesa-Redonda – Curadoria: exposição, educação e público

Seguindo a concepção de curadoria adotada, a mesa-redonda teve como contribuição a apresentação de projetos e reflexões sobre aspectos comunicacionais em museus etnográficos, levando em conta a estruturação de situações diversas e a recepção, as condições de produção e a apropriação pelo público. O eixo de interesse foi a qualidade comunicacional e a recepção, ou seja, a capacidade dos museus etnográficos de gerarem questionamentos e indagações para si e para o seu público. Se os museus etnográficos buscam renovados sentidos para suas coleções, essa responsabilidade deve ser compartilhada com o público, a partir de estratégias comunicacionais. Com María Marta Reca (Museu de Ciências Naturais, Universidad de La Plata, Argentina), Cynthia Vidaurri (National Museum of the American Indian – NMAI, Smithsonian Institution, Washington, DC, EUA) e Camilo de Mello Vasconcellos (MAE/USP).

Painel – Ações cooperativas

A sessão foi dedicada para conhecer duas experiências cooperativas que envolveram pesquisadores e grupos indígenas ou outros grupos. Com Demián Ortiz (México), Louise Alfonso e Márcia Lika Hattori (Museu Histórico e Arqueológico de Lins e MAE/USP) e Fabíola Andréa Silva (MAE/USP).

Memória dos 100 anos da “pacificação” dos Kaingang no Oeste de São Paulo

Lançamento – Centro de Referência Kaingang 2012

Contribuições para política e diretrizes, como subsídios para a criação de um Centro de Referência Kaingang no Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre. O que motivou a criação do Centro é o contexto histórico, a proximidade das terras indígenas Vanuíre e Icatu e a base institucional necessária existente. A ideia é a organização de uma estrutura que viabilize a reunião de informações, publicações e outras mídias, coleções etc., para sistematização e disponibilização aos Kaingang, aos professores indígenas, pesquisadores e interessados em geral. Com a reunião de pesquisadores e lideranças, foram levantados elementos relevantes para a formatação de um projeto para o Centro de Referência Kaingang. Apresentação: Marília Xavier Cury (MAE/USP). Participação especial: Josué Carvalho (Observatório de Educação Escolar Indígena, UFMG); Niminon Suzel Pinheiro (Centro Universitário de Rio Preto – Unirp); Juracilda Veiga (Núcleo de Estudos de População – Nepo, Universidade Estadual de Campinas – Unicamp); Robson Antonio Rodrigues (Fundação Araporã); Valdenice Cardoso Soares Vaiti (Diretora da Escola de Educação Indígena da T.I. Vanuíre); Adriano Campos (Diretor da Escola de Educação Indígena Maria Rosa da T.I. Icatu).

Encerramento

Fotos do evento

régua de logos, com a logo da acam portinari, museu índia vanuíre, cultsp e governo do estado de são paulo

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