VOLTAR PARA O SITE
EXPOSIÇÃO VIRTUAL Ancestralidade, Cultura e Tradições em tempos de pandemia
Mulheres Kaingang
ㅤ
Marrã sou Dirce Jorge Lipu Pereira, sou a kuiãn da minha cultura e sou Gestora e Curadora do Museu Worikg. Nasci e cresci na minha T.I. Vanuíre sou filha da grande kuiãn Jandira Umbelino. Moro no córrego Coiós, estou na mata Coiós, essa mata é muito importante para mim e é onde eu busco as minhas forças na espiritualidade. Protegemos essa mata porque para nos ela é sagrada, é onde meu avô e minha avó viveram e minha mãe cresceu. Eu ando na mata para ouvir os passarinhos cantando e conversar com a natureza, ela traz paz e força para eu continuar essa caminhada.
Para nós continuarmos a nossa caminhada é preciso também manter o fogo aceso dentro do nosso coração. O fogo também é sagrado , é como o sangue que corre nas nossas veias , é preciso manter sempre aceso. É a nossa força.
Sou da segunda geração de mulheres líderes da cultura Kaingang. No meu caminhar lutei muito junto com minha mãe, pois tudo que tenho hoje e o que vivo foi o que ela me ensinou e me deixou …e hoje levo adiante.
Apresentação do meu trabalho enquanto gestora e Curadora do Museu Worikg que é uma conquista nossa, minha e das minhas filhas e minha neta, não esquecendo dos nossos guerreiros que também fazem parte deste brilho da cultura e do museu Worikg…
O ser líder é aceitar quem é, e sou. Já lutei muito e vou continuar lutando. Enquanto houver o brilho do sol , a luz da Lua e a fogueira acesa ainda haverá força para se manter viva a cultura. A vida é para quem sabe viver. Amo a minha vida, pois amo ser quem sou. Isso que faz uma líder kuiãn.
Sou kuiãn, não tenho medo nem vergonha de ser e viver quem sou ,pois foi a minha força e a minha fé que me fez chegar onde chegamos e chegaremos ainda mais longe que é assim que uma líder pede à Deus …para os teus guerreiros. Ser líder é ter amor pelo que faz, ensinar o que sabe e proteger os mais fracos e frágeis, é defender seu povo e sua cultura. O que deixo aqui é que despertem os novos líderes e vivam suas culturas, pois o tempo passa e a perda é grande e dolorosa.
Sou Susilene de Melo Deodato, sou casada, sou mãe de dois jovens guerreiros, sou filha da Kuiãn Dirce Jorge, sou também gestora e curadora do Museu Worikg. Venho da terceira geração de mulheres lideres da Cultura Kaingang.
O respeito com a nossa mãe terra é uma fonte de vida, pois é dela e por ela que lutamos. A cultura para mim é minha vida. Não tem como levar a cultura sem ser parte do sagrado, pois vivo e respiro o sagrado. O respeito e o amor pela cultura se vivem quando temos a humildade de ver e viver o sagrado de joelhos na mãe terra, limpando o corpo e a alma com o calor puro que o fogo nos traz.
Nasci e cresci na minha Terra Indígena Vanuíre, onde há mais de 20 anos, trabalho com minha mãe e minha irmã lutando pela cultura Kaingang.
E com toda nossa força e conhecimento estamos preparando a nossa guerreira e única jovem mulher que desde pequena já estava na luta e já sabia o valor da nossa cultura.
Sou Lucilene de Melo, meu nome indígena é Myg. Sou da etnia Kaingang da T.I. Vanuíre. Sou Gestora e Curadora do Museu Worikg (Sol Nascente). Desde muito cedo comecei na luta pela minha cultura. Sou da terceira geração de mulheres Kaingang na cultura.
Todo o nosso trabalho enquanto liderança é levar adiante o que estamos trazendo durante todos esses anos de resistência.
Eu, Maria Rita, falando sobre o idioma Kaingang no Encontro Paulista de Questões Indígenas e Museus.
Meu nome é Itauany Larissa de Melo, sou Kaingang da Terra Indígena Vanuíre. Sou a mais jovem entre as mulheres do meu grupo e faço parte da quarta geração de mulheres líderes da cultura Kaingang. A cultura para nós jovens é muito importante porque é a nossa identidade e nós somos a continuação do nosso povo originário.
Minha bisa Jandira Umbelino e a minha vó Dirce me ensinou fazer artesanatos e comida típica. Minha bisa gostava de fazer nhámim assado na brasa e ela falava: “aprende porque se não eu vou embora e vai acabar tudo. Vocês são os meus frutos.”
Eu sempre ficava junto com a minha bisa e ela me ensinaram a cantar na nossa língua mãe e também falava para mim: “ Não te envergonha de cantá e dançá porque nos somos indígenas e tê orgulhe de dizer eu sou Kaingang.”. Então ,eu sou da quarta geração e também estou na luta. Tenho medo, sim, de um dia o nosso povo desaparecer porque eu vejo que os jovens indígenas não estão preocupados com a cultura e o costume do nosso povo originário, nós jovens precisamos nos preocupar e refortalecer cada dia mais.
Sei que tenho uma vida diferenciada de outros jovens, eu e meus primos – irmãos somos felizes, pois somos parte da história da nossa cultura, somos o futuro. E por ser a única jovem mulher líder tenho todo o respeito das minhas líderes e elas tem o meu também, esta é a fonte que gera a força para nunca deixar de ser quem sou, somos o futuro, sem esquecer o nosso passado.
Eu, Maria Rita, ceramista Kaingang da Terra Indígena Icatu, com minha irmã Lídia (in memorian) e meu sobrinho Ronaldo em momento de rememoração e transmissão da cultura.
Nosso maior foco é levar o conhecimento da nossa história e também preservar ela dentro do nosso conhecimento, pois nossa luta atravessa gerações.
Ouvidoria
Transparência
SIC