Publicado em: 1 de novembro de 2024
A reserva técnica é um espaço de suma importância para as instituições museológicas. Conforme a Política de Acervo do Museu Índia Vanuíre, “[…] é o lugar de guarda e armazenamento adequado do acervo do museu que não está em exposição. É controlado ambientalmente e em termos de segurança” (MIV, 2022).
Além de ser um ambiente que preserva os objetos musealizados, a reserva técnica proporciona uma oportunidade valiosa para pesquisa e aprofundamento de conhecimentos acerca de objetos e de temas e contextos que os mesmos representam. “O acesso de pesquisadores externos aos objetos em reserva técnica, ou em exposição, é permitido, desde que regulamentado entre as partes” (MIV, 2022). Dessa forma, o Museu tanto preserva elementos de patrimônio quanto promove o conhecimento e a comunicação de informações sobre seu acervo.
No acervo do MIV em reserva técnica, há, entre muitos outros itens, uma coleção de equipamentos industrializados com cerca de 100 objetos, sendo dez toca-discos. Entre eles, um da marca Victrola e outro da marca Antoria.
A gravação e reprodução de sons despertou muito interesse de inventores no século XIX. Thomas Edison, inventor e empreendedor conhecido pela invenção de lâmpadas, criou o fonógrafo em 1877. Era um equipamento que gravava e reproduzia sons usando uma agulha de aço sobre folha de estanho. A folha cobria um cilindro que era girado com uma manivela.
Como alguns outros inventores, Emile Berliner, em 1887, fez melhorias no fonógrafo de Thomas Edison. Usou discos de cera sobre zinco no lugar de cilindros e, poucos anos depois, patenteou a invenção do gramofone. Sua empresa não fabricava apenas os aparelhos, mas também os discos para audições. O catálogo de Berliner listava canções populares, anedotas, bandas e solos de instrumentos de sopro.
Eldridge Johnson, contratado por Berliner, melhorou a qualidade dos discos e do motor de gramofones. Em seguida, em 1901, fundou a Victor Talking Machine Company e adotou, por acordo com Berliner, o logotipo His Master’s Voice. Passou a produzir aparelhos com a marca Victrola, que teve uma série de modelos ao longo dos anos, além de discos gravados por inúmeros artistas. Essa companhia foi, mais tarde, adquirida pela RCA – Radio Corporation of America tornando-se a gravadora RCA-Victor.
Muitas outras empresas produziram gramofones ou toca-discos parecidos com Victrola, como a empresa de James Coppock que, em Londres, fabricou aparelhos com a marca Antoria.
Referências
BERLINER, Emile. Gramophone: No. 534,543, patentedphotocopy. United States Patent Office, Washington, D.C., 1895. Disponível em: https://www.loc.gov/item/berl0125/. Acesso em: 31 out. 2024.
BYRN, Edward W. The progress of invention in the XIX th century. New York: Munn, 1900.
GRACE’S GUIDE to British Industrial History. Gramophone Co. Disponível em: https://www.gracesguide.co.uk/Gramophone_Co. Acesso em: 31 out. 2024.
LIBRARY OF CONGRESS. Emile Berliner and the birth of the recording industry. Disponível em: http://www.loc.gov/collections/emile-berliner/about-this-collection/. Acesso em: 31 out. 2024.
LIBRARY OF CONGRESS. The gramophone. Disponível em: https://www.loc.gov/collections/emile-berliner/articles-and-essays/gramophone/. Acesso em: 31 out. 2024.
MUSEU HISTÓRICO E PEDAGÓGICO ÍNDIA VANUÍRE. Plano Museológico. Brodowski: ACAM Portinari, 2018 (rev. 2022).
MUSEU HISTÓRICO E PEDAGÓGICO ÍNDIA VANUÍRE. Política de Acervo. Brodowski: ACAM Portinari, 2017 (rev. 2022).
THE JOHNSON VICTROLA MUSEUM. Disponível em: https://history.delaware.gov/johnson-victrola-museum/. Acesso em: 31 out. 2024.